Apêndice

O Nosso Lugar é Junto de Deus

José Roberto Costa Moretti (2016)

No início Deus fez todas as coisas e por ultimo criou o homem e a mulher a sua imagem e lhes confiou todo o universo, para que, servindo a Deus dominassem toda criatura. Nossos primeiros pais viviam felizes porque se sentiam filhos de Deus. Entretanto rejeitaram a Deus cometendo o pecado chamado de original. Mesmo assim Deus não os abandonou ao poder da morte, a todos socorreu com bondade para que pudessem reencontrá-lo. Deus sempre ofereceu aliança aos homens e às mulheres e os instruiu através dos patriarcas (Noé, Abraão, Isac, Jacó), de Moisés e Josué no Egito (libertação do povo hebreu – Pascoa) e no Sinai (Tabuas da Lei), dos juízes, dos reis (Saul, Davi, Salomão) e dos profetas (Elias, Elizeu, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Malaquias, Zacarias, João Batista dentre outros) na esperança da salvação.

Deus, apesar dos nossos pecados nos ama tanto que, com a chegada da plenitude dos tempos, enviou seu próprio filho para ser o nosso Salvador - Jesus Cristo, o qual foi concebido pelo poder do Espírito Santo e nascido da Virgem Maria, viveu em tudo a condição humana menos o pecado. “O Espírito de Deus está sobre mim, porque o Senhor me ungiu, enviou-me para dar a boa-nova aos humildes, para curar as feridas, para trazer a libertação aos que estão presos, para proclamar o tempo de graça do Senhor” (Isaías 61, 1-2a). Deus entregou o seu Filho Unigênito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Deus não enviou seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigênito de Deus. “E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras.” “Todo aquele que pratica más ações odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas.” “Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que suas obras sejam manifestadas, pois são feitas em Deus” (Jo 3, 14-21).

Para realizar o plano de amor de Deus Jesus se esvaziou da condição divina, tomando a condição de servo, se entregou a morte de cruz. Ressuscitado dos mortos, venceu a morte e renovou a vida. A remissão dos pecados da humanidade foi possível porque na cruz não morreu um homem e sim o Filho de Deus. E para vivermos não para nós, mas para Deus, nos enviou o Espírito Santo, como primeiro dom aos fiéis para santificar todas as coisas. Todos que se deixam conduzir pelo Espírito Santo são filhos de Deus – uma nova criatura justificada (salva) por Deus e merecedora da salvação.

Jesus, antes de sua ascensão aos céus disse aos discípulos: “Ide pelo mundo inteiro, proclamai o Evangelho a toda a criatura. Quem acreditar e for batizado será salvo; mas, quem não acreditar será condenado. Estes sinais acompanharão aqueles que acreditarem: em meu nome expulsarão demônios, falarão línguas novas, apanharão serpentes com as mãos e, se beberem algum veneno mortal, não sofrerão nenhum mal; hão de impor as mãos aos doentes e eles ficarão curados.” (Mc 16-14-18).

Nós recebemos o Espírito Santo através do sacramento do Batismo que nos torna filhos de Deus, templos do Espírito Santo e membros da Igreja. “João Batista disse: Eu batizo com água, mas no meio de vós está aquele que vós não conheceis ele vos batizará com o Espírito Santo” (João 1, 26-27,33,-34). Os filhos de Deus (os justos) viverão conforme a vontade de Deus cumprindo sua Lei: “Amar a Deus e ao próximo”. Os justos confiam seu destino ao Senhor, pois sabem que Ele sempre os ampara. Alegria, tristeza, dor e sofrimento fazem parte do nosso dia-a-dia e se forem oferecidos a Deus são fonte de salvação. “Irmãos, estais sempre alegres. Rezai sem cessar. Dai graças em todas as circunstâncias porque essa é a vosso respeito a vontade de Deus em Jesus Cristo” (1Ts,5,16-20). Nossa relação com Deus é feita através da fé em Jesus Cristo – seu filho redentor. Nossa relação com o irmão é feita através do amor e do serviço. Jesus deixa claro que não existe um amor a Deus que ignore o compromisso com o irmão. Amar a Deus acima de tudo nos faz amar o próximo com a mesma intensidade. Quanto mais a pessoa ama, mais humana e divina se torna. Ser justo não é mérito humano, mas ação de Deus: “Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Eis a missão do cristão: permanecer em Jesus e comprometer-se com os irmãos. A felicidade no Reino de Deus consiste na busca da justiça divina, que supera em tudo o legalismo e a hipocrisia humana. Ela consiste em se desgastar pelos outros, em sofrer e chorar com os outros e pelos outros, em construir juntos a paz. É a felicidade que se identifica com o perdão, com a solidariedade e com a perseverança em face de calúnias, tribulações e perseguições. A felicidade no reino é algo que se conquista seguindo o exemplo de Jesus: doando a própria vida por amor, em tudo o que isso comporta de sofrimento.

“O cristão não deve se conformar com a situação do mundo, mas transformá-lo” (Rm 12,2). Sejamos caridosos com os irmãos acolhendo-nos uns aos outros como o próprio Cristo nos acolheu. Sirvamos de guias para quem não conhece o caminho. Quem realmente segue a Cristo deseja que todos sigam o Senhor. Devemos ser missionários do Senhor através da oração, da divulgação do Evangelho (Boa Nova) e da prática da caridade junto aos irmãos. São Tiago nos alerta: “A palavra que em vós foi implantada é capaz de salvar vidas, sede, pois, praticantes da palavra e não meros ouvintes” (1Tg 21b-22). Que Deus te abençoe, te guie e te proteja ao longo da sua caminhada. Lembre-se que o amor de Deus estará sempre contigo, que as promessas de Deus são verdadeiras e, quando você lhe entregar todos os seus problemas, tenha certeza de que Ele os resolverá.

Oração: Senhor nosso Deus fazei que a nossa alegria consista em vos servir de todo o coração, pois só teremos felicidade completa servindo a vós, o Criador de todas as coisas. Amém.